Thursday, February 23, 2006

Bruxelas - A Saga continua

Após uma curta paragem nesse marco do mundo ocidental, o McDonald's, a minha busca pelo Parque (letra grande porque é um parque importante em Bruxelas, perto do palácio e tudo...só não sei o nome, mas acho que deve ser Parque de Bruxelas) continua. Nesta altura um mapa não me pareceu mal e felizmente todas as entradas para o Metro têm um mapa. Tento me localizar e lá vou eu...à medida que me aproximo do parque sou invadido por uma leve sensação de familiaridade, isto é sinto que já estive ali...essa sensação vai aumentando até chegar ao ponto de .... EU ESTIVE AQUI!!!!.Para quem pensou que foi um Deja Vu ou que fui Belga numa vida passada errou....Eu estive aqui logo no primeiro dia, carregado que nem uma mula com todas aquelas malas e as escadas...MEU DEUS!!! AS ESCADAS!!!!...a minha primeira reacção foi encolher-me na posição fetal e chorar e chamar pela mãe..mas depois vejo que não tinha malas e voltei rapidamente ao normal...
O parque deve ser muito bonito na Primavera ou no Verão, já que no Inverno está um pouco despido, mas aquela aura dos jardins enormes onde as familias tradicionais passeavam todas as tardes, onde se faziam piqueniques, os pirralhos brincavam com peões e onde o maior problema desta gente era casar a filha mais velha para esta não ficar encalhada, enfim...
Tiro uma, duas fotos e as pilhas acabam...DE QUE SERVE VISITAR UMA CIDADE SEM MÁQUINA?!! Eu mesmo ao pé do Palácio e não puder tirar uma foto? Então inicio a terceira parte da minha saga...Procurar Pilhas!! Mas onde é que elas se vendem? Volto a andar, a andar, a andar...(eu só tenho a dizer que na visita a Bruxelas andei muito, por isso só pôr aqui e no post anterior poucos "a andar" é a minha forma de inserir figuras de estilo (eufemismo) num texto tradicionalmente pobre e sem imaginação...). Chego a um Restaurante e pergunto onde posso comprar pilhas, todos os empregados olham para mim com um olhar piedoso, mas como quem diz "O que? Comprar pilhas NESTA zona? a um sábado depois das 16h30?"; "O miúdo bebe", e coisas do género...lá me mandam para trás virar para um lado qualquer para chegar a determinado local onde encontraria lojas e pessoas e se tivesse sorte uma loja estaria aberta e Lá encontraria pilhas..
(desculpem a repetição, mas...) Ando, ando, ando...e começa a chover...e ando mais um pouco, de facto sinais de vida começam a surgir e chego ao que me parece ser um bairro africano, daqueles bem castiços onde tu entras num centro comercial e lá existem uma série de lojas que vendem apliques para o cabelo laranjas e cheio de ondinhas, onde a música apela à mexida tradicional do quadril de uma forma violenta (quem não sabe é melhor não fazer já que provoca alguma paralisia)..Aqui encontrei pilhas e meti-me ao caminho para encontrar o palácio...eu TINHA de tirar uma foto ao palácio...e consegui!!! já tinha alcançado tudo o que me tinha proposto, agora o que viesse era lucro...vi o Tribunal, vi uma casa chamada "Old English" muito gira, vi que estava perto da estação...apanhei o comboio e voltei a Leuven.
Gostei muito de ir, o facto de ter andado muito permitiu-me ver uma série de coisas e de ter perdido a sensibilidade nas pernas.
Tichau

Sunday, February 19, 2006

Bruxelas

E assim fiz a minha primeira viagem no contexto ERASMUS. Os meu planos eram acordar cedo e aproveitar o dia e conhecer Bruxelas de uma ponta à outra...tudo a que tinha direito.
Tudo correu como o planeado, excepto a parte de acordar cedo..afinal sou humano e preciso de dormir nem que seja até às 11h.
Acordei, tomei banho, tomei o pequeno-almoço (se é que um copo de leite com choclate e um Twix possam ser considerados de pequenp-almoço), vesti-me e fui para a estação de comboios. Importante referir que a ordem atrás descrita não corresponde à realidade já que tive de me vestir depois de sair do banho, pois num país com um frio destes se eu não me visto depois de um banho morro com uma forte pneumonia e o meu não-tão-grande-johnson desaparece, além de que compartilho a casa com outras pessoas...imaginem o que é eles verem o Miguel entrar e da banheira saí uma Miquelina aos espirros...não fica bem...digo eu!!
Enfim apanhei o comboio. Viajar de comboio tem outro nível, tem um sabor diferente do avião, isto é, não temos as hospedeiras a apontarem-nos as saídas de emergência do avião (é de conhecimento geral que caso se sofra um acidente de comboio e consigamos sobreviver é correr o mais rápido possivel, a sangrar o mais que pudermos e a gritarmos imenso mas sempre a olhar para as camaras de televisão...se não existirem, temos de esperar que cheguem e depois gritar e depois correr...OBVIO!!), não temos o zumbido estranho nos ouvidos, temos mais espaço e sobretudo temos uma vista sobre o verde da paisagem (caso haja, se não for verde pode ser uma cor qualquer). Outra importante referência é o facto de não estar a falar dos comboios na linha de Sintra.
Cheguei a Bruxelas e estava, obviamente, a chover e frio, mas com imensos turistas. Chegando lá decidi explorar a cidade ao máximo e sem mapa (eu não preciso de mapa, porque se é para me perder mais vale me perder com razão!!). Lá começo eu a palmilhar a cidade...eu vou à zona de restaurantes (por sinal com muito bom aspecto e com bons menus a preços interessantes), é igreja? eu entro e tiro fotos. Estou nisto até que chego à Grand Place e aquilo é mesmo giro!!! é bem jeitosinho, não resisto e vou ao Museu da Cidade. Lá aprendo uma série de coisas como a Grand Place mantém-se praticamente a mesma à uma serie de seculos, que a já foi incendiada quando atacada por franceses, aprendi que os americanos também vão a museus e que veêm tudo e não passam só uma vista de olhos (apesar de parecerem saidos do ghetto eu segui-os e eles é que me orientaram dentro de um museu sem setas no chão a indicar a ordem).
Depois de sair daquela zona, quis procurar por jardins bonitos e com aquele aspecto de filme de época... comecei a andar...andei...andei...andei...já referi que estava sem mapa?...andei mais um pouco...quando dei por mim estava em pleno bairro árabe, no inicio devia estar na parte gira, porque só se ouvia musica arabe, haviam casas de chá só com homens, etc....mas o problema foi que continuei a andar...só voltei para trás quando senti que eu estar no Bairro 6 de Maio vestido com barras de ouro e com um cartaz a dizer "Voltem para a vossa terra" era mais seguro do que eu continuar ali...consegui sair de lá e consegui voltar ao meu ponto de partida, isto é,quase lá...porque nesta altura estava a morrer de fome e vi um McDonalds,...tive de fazer uma paragem estratégica....o resto fica para a próxima.

Thursday, February 16, 2006

Leuven

Leuven é uma cidade extremamente agradável onde a mioria da sua população é estudantil e a população activa que trabalha por estes lados vai-se embora à hora de ponta que aqui é das 17h-18h...vai-se lá saber!!! Uma pessoa quer ir às compras a uma Zara, uma H&M, ao final do dia e não pode tá tudo fechado e o que as pessoas fazem...BEBEM, claro..numa terra conhecida pelas suas mil e tal tipos de cervejas as pessoas se não há roupa barata há cerveja MUITO barata...isto é...o preço é baixo para o que bebes porque o conceito de copo pequenino não existe por estas bandas. Cada cerveja o seu copo e todos são muito giros...dá logo um cenário diferente à coisa...esqueçam lá o copito de plástico da Super Bock a 3 euros...aqui por 2 euritos já bebes uma boa cerveja (convém lembrar que eu não gosto de cerveja, mas aqui é muito boa).
Numa petit coisa Leuven desiludiu-me...ONDE ESTÃO OS CHOCOLATES?!! Tanta publicidade a dizerem que tudo era chocolate, tudo era cerveja...quer deles?!! Ninguém me diz...eu só vejo gomas e Waffles (NADA MAUS...Quentinhos e Saborosos).
Um pormenor interessante nesta cidade são os números na porta que são constituidos por numeros pintados À mão (com um modelo já muito batido) e com tinta daquela que se usa para o Avante e para dizer coisas construtivas e coerentes com a actualidade como: "Durão e Santana Lopes têm o viros de gripe dax abes no có, pá...Morram!!" (interessante ver a magnitudade e profundidade do conhecimento popular que os faz tão sábios...que até sabem que caso atacarem uma galinha por trás tem-se de utilizar um preservativo, ou saco de plástico, ou pelicula aderente, enfim o que estiver mais à mão, e o mesmo se aplica quando o galo assedia alguém a pessoa tem de parar e dizer com frontalidade e naturalidade: "Pára!! Queres festa? então Protege-te!! Posso apanhar Gripe das Aves e agora nã dá jeito nenhum!!" e prontos a seguir a tal discurso o galo põe o que achar melhor e assim diminui o risco de contágio). Então quando se procura determinado local não basta encontrar uma rua que tem como nome um som que se podem assemelhar a um Tuberculoso a cuspir por tudo o que é poros!!!
Mas Leuven também têm coisas muito más...aqui não pára de chover, é algo que não muda...isto é..se eu acordar no dia seguinte posso não saber quem sou, onde estou, donde vim, de quem é este galo, porém sei que está a chover. E quando está a chover em Portugal as pessoas correm que nem loucas e pisam, matam, choram, brincam, em Leuven é como se não fosse nada, quem tem chapéu abre, que tem casaco veste, quem não tem nada anda como se nada fosse, então e normal ver 20 pessoas feitas gatos pingados.
Agora vou sair para tirar umas fotos e talvez jantar...a noite tá muito bonita....escura...fria....enfim tudo o que um Português deseja...mas irresistivel. Espero que continue tudo a correr muito bem e quando falarem comigo me contem imensos filmes...Agora mas quiser contar tudo pessoalmente, tenho uma agenda nova onde posso marcar!!
Beijinhos e Abraços
Miguel

Wednesday, February 15, 2006

Leuven - O Inicio

Olá a todos!!! Ainda nem fez 3 dias e já estou a chatear, bendita Internet que permite estas pequenas perseguições de forma rápida e eficaz! Eu nunca pensei que o Erasmus desse tanto trabalho, tenho andado tanto e estou tão morto, mas o que vocês querem são novidades (se não querem sugiro que apaguem o mail agora, já que o que se segue é do piorio e não é bonito) e o facto de eu estar cansado, dorido e praticamente incapacitado de andar é algo que em Lisboa tb é comum.
A aventura começa no dia 11/02/2006 quando minha mãe me deixou na porta de entrada para a zona de embarque. Momento bonito onde o deslizar das escadas rolantes faziam acontecer (aqui está a primeira frase que não faz sentido porém espero que os vossos anos de intensa convivência sejam suficientes para decifrar). Mamã chorava pequenas gotas que deslizavam sobre seu rosto pálido, um rosto marcado pela idade porém bem conservado para a sua idade…Miguel não conseguia chorar devido ao peso da mala que não lhe permitia demonstrar qualquer tipo de reacção além da língua de fora e perda de sentidos….
Ao chegar ao avião constato que o corredor não é largo…o que torna difícil a passagem de um ser por ele com duas mochilas sem espetar com elas nas trombetas de todos os passageiros (posso não garantir com máxima certeza, porém uma belga olhou para mim a rir-se, depois de eu pedir desculpa, e chamou-me um nome ou então tentou-me cuspir)
A viagem correu bem e a Bélgica é fria e tem muita neve. Quando consegui tirar todas as minhas malas ( 40 kg, onde 20 kg são de coisas dispensáveis porem necessárias para a minha sanidade mental), fui para a zona de táxis já que não haviam comboios. Nesta área encontrei uma série de táxis, porém sou abordado por um belga que pouco falava inglês e ele só dizia: “BRussels? BRussels?” e eu respondia afirmativamente ao que ele dizia “Ya” e “Follow me”; e eu não sei se foi a pressão do avião ou o facto de eu ser extremamente estúpido segui-o…ele era dos poucos taxistas que tinha o carro no 4º piso, como se isso não fosse suficiente para suspeitar, o homem recebe um telefonema e fala uma língua estranha (qq uma além do português, inglês, francês e espanhol) e risse. Nesta altura penso que vou morrer e raptado e estripado, servir como refém numa questão qualquer relacionada com bombas, apesar de tornar-me famoso, não queria que isso acontecesse durante o ERASMUS. MAS não, o homem não me ajuda a meter as malas todas no táxi, só me diz “That’s ok” a todas as 43 amolgadelas no carro, porém leva-me a Bruxelas em 30 minutos e a quebrar todas a regras de transito por mim conhecidas. Quando chegamos ao Hotel Sabina (não, não é o equivalente à Residencial Tia Maria, mas o grau de simpatia é igual ao do taxista) tive de levar os 40 kg até o 3º andar e depois lá consegui descansar um pouco.
Acordei cedo e estava frio…MUITO frio e fui tomar o pequeno-almoço e um aviso de um amigo: Bélgica não é conhecida pelo bom café que faz!!! Depois de tomar um café detestável e de ter feito o check out tive de me pôr ao caminho até uma estação de comboio….escusado será dizer que andei perdido durante umas horas e com a bagagem Às costas e mais um aviso: Para a Bélgica tragam somente o necessário porque não tem escadas rolantes no sentido que vocês querem….além disto apenas digo que não passei despercebido a ir para o metro, no metro, a ir para a estação de comboio, na estação de comboio (quer em Bruxelas, quer em Leuven), no comboio (onde o pica me apontou o sitio das malas e eu apontei a quantidade de malas).
Para primeira parte penso que chega, pois estou todo dorido e não consigo escrever muito bem sem ter um ataque de espasmos musculares, mas está a correr tudo bem e quando tiver mais histórias interessantes eu conto fiquem descansados.
Apesar de só estar há uns dias aqui já se sente falta de todos, só espero que seja pouco tempo pois vocês vêm-me visitar…não é?..... NÃO É?...vou tomar um silêncio como um sim…é só avisar que eu marco!!!!
Beijinhos para as meninas (e para os meninos que quiserem) e um abraço para os meninos (e para as meninas que não gostem cá de grandes intimidades)
Deste ser esquecido no meio da Europa
Miguel (que sou Eu…)