Wednesday, February 15, 2006

Leuven - O Inicio

Olá a todos!!! Ainda nem fez 3 dias e já estou a chatear, bendita Internet que permite estas pequenas perseguições de forma rápida e eficaz! Eu nunca pensei que o Erasmus desse tanto trabalho, tenho andado tanto e estou tão morto, mas o que vocês querem são novidades (se não querem sugiro que apaguem o mail agora, já que o que se segue é do piorio e não é bonito) e o facto de eu estar cansado, dorido e praticamente incapacitado de andar é algo que em Lisboa tb é comum.
A aventura começa no dia 11/02/2006 quando minha mãe me deixou na porta de entrada para a zona de embarque. Momento bonito onde o deslizar das escadas rolantes faziam acontecer (aqui está a primeira frase que não faz sentido porém espero que os vossos anos de intensa convivência sejam suficientes para decifrar). Mamã chorava pequenas gotas que deslizavam sobre seu rosto pálido, um rosto marcado pela idade porém bem conservado para a sua idade…Miguel não conseguia chorar devido ao peso da mala que não lhe permitia demonstrar qualquer tipo de reacção além da língua de fora e perda de sentidos….
Ao chegar ao avião constato que o corredor não é largo…o que torna difícil a passagem de um ser por ele com duas mochilas sem espetar com elas nas trombetas de todos os passageiros (posso não garantir com máxima certeza, porém uma belga olhou para mim a rir-se, depois de eu pedir desculpa, e chamou-me um nome ou então tentou-me cuspir)
A viagem correu bem e a Bélgica é fria e tem muita neve. Quando consegui tirar todas as minhas malas ( 40 kg, onde 20 kg são de coisas dispensáveis porem necessárias para a minha sanidade mental), fui para a zona de táxis já que não haviam comboios. Nesta área encontrei uma série de táxis, porém sou abordado por um belga que pouco falava inglês e ele só dizia: “BRussels? BRussels?” e eu respondia afirmativamente ao que ele dizia “Ya” e “Follow me”; e eu não sei se foi a pressão do avião ou o facto de eu ser extremamente estúpido segui-o…ele era dos poucos taxistas que tinha o carro no 4º piso, como se isso não fosse suficiente para suspeitar, o homem recebe um telefonema e fala uma língua estranha (qq uma além do português, inglês, francês e espanhol) e risse. Nesta altura penso que vou morrer e raptado e estripado, servir como refém numa questão qualquer relacionada com bombas, apesar de tornar-me famoso, não queria que isso acontecesse durante o ERASMUS. MAS não, o homem não me ajuda a meter as malas todas no táxi, só me diz “That’s ok” a todas as 43 amolgadelas no carro, porém leva-me a Bruxelas em 30 minutos e a quebrar todas a regras de transito por mim conhecidas. Quando chegamos ao Hotel Sabina (não, não é o equivalente à Residencial Tia Maria, mas o grau de simpatia é igual ao do taxista) tive de levar os 40 kg até o 3º andar e depois lá consegui descansar um pouco.
Acordei cedo e estava frio…MUITO frio e fui tomar o pequeno-almoço e um aviso de um amigo: Bélgica não é conhecida pelo bom café que faz!!! Depois de tomar um café detestável e de ter feito o check out tive de me pôr ao caminho até uma estação de comboio….escusado será dizer que andei perdido durante umas horas e com a bagagem Às costas e mais um aviso: Para a Bélgica tragam somente o necessário porque não tem escadas rolantes no sentido que vocês querem….além disto apenas digo que não passei despercebido a ir para o metro, no metro, a ir para a estação de comboio, na estação de comboio (quer em Bruxelas, quer em Leuven), no comboio (onde o pica me apontou o sitio das malas e eu apontei a quantidade de malas).
Para primeira parte penso que chega, pois estou todo dorido e não consigo escrever muito bem sem ter um ataque de espasmos musculares, mas está a correr tudo bem e quando tiver mais histórias interessantes eu conto fiquem descansados.
Apesar de só estar há uns dias aqui já se sente falta de todos, só espero que seja pouco tempo pois vocês vêm-me visitar…não é?..... NÃO É?...vou tomar um silêncio como um sim…é só avisar que eu marco!!!!
Beijinhos para as meninas (e para os meninos que quiserem) e um abraço para os meninos (e para as meninas que não gostem cá de grandes intimidades)
Deste ser esquecido no meio da Europa
Miguel (que sou Eu…)

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